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Entendendo a Crença de Desamor: Perspectivas da Terapia Cognitivo-Comportamental

A crença de desamor é um conceito profundamente explorado dentro da terapia cognitivo-comportamental, que se refere à percepção distorcida de que um indivíduo é fundamentalmente não amado e incapaz de receber amor genuíno de outros. Esta crença muitas vezes se origina em experiências precoces de rejeição ou negligência, que são internalizadas e transformadas em uma visão estável do self e do mundo.

Judith Beck, em sua obra "Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática" (2013), discute como essas crenças nucleares negativas sobre o amor e o merecimento podem direcionar comportamentos autodestrutivos e padrões de relacionamentos disfuncionais. Beck enfatiza a importância de identificar e desafiar essas crenças para uma reestruturação cognitiva eficaz, permitindo que o paciente desenvolva uma autoimagem mais saudável e relações mais satisfatórias.

Além disso, a literatura sobre psiquiatria e psicologia, como o "Compêndio de Psiquiatria" de Kaplan e Sadock (1990) e estudos sobre as características psicológicas de crianças maltratadas por Knutson (1995), ressalta que experiências adversas na infância, como abuso e negligência, são fatores de risco significativos para o desenvolvimento de crenças de desamor. Essas experiências traumáticas são detalhadamente associadas a consequências psicológicas a longo prazo, incluindo a dificuldade em estabelecer e manter relações afetivas saudáveis.

Tratar essas questões exige uma abordagem cuidadosa e multidisciplinar, onde terapias integradas são essenciais para ajudar os indivíduos a superar esses padrões de pensamento. T. Furniss, em "Abuso sexual da criança: Uma abordagem multidisciplinar – Manejo, terapia e intervenção legal integrados" (1993), discute a importância de um suporte terapêutico integrado para a recuperação de traumas na infância, enfatizando que a superação das crenças de desamor é crucial para a reabilitação completa do indivíduo.

A crença de desamor é um desafio terapêutico significativo, mas com a abordagem correta, é possível reverter esses pensamentos, promovendo um futuro de relações mais saudáveis e um maior bem-estar emocional. A terapia cognitivo-comportamental oferece ferramentas valiosas para desmontar essas crenças e construir novos modelos de amor e aceitação própria.


BECK, J. (2013) Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática (2a ed.). ( S. Mallmann, Trad.). Porto Alegre: Artmed. (Obra original publicada em ANO.) KAPLAN, H.I., & SADOCK, B.J. (1990). Compêndio de psiquiatria (2a ed.). Porto Alegre: Artes Médicas. KNUTSON, J.F. (1995). Psychological characteristics of maltreated children: Putative risk factors and consequences. Annual Review of Psychology, 46, 401-431. FURNISS, T. (1993). Abuso sexual da criança: Uma abordagem multidisciplinar – Manejo, terapia e intervenção legal integrados. Porto Alegre: Artes médicas.



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